Rui Borges confiante antes do duelo com o Marselha: Sporting rejeita ideia de crise e prepara resposta na Liga dos Campeões

 


O treinador do Sporting, Rui Borges, esteve esta terça-feira perante os jornalistas para antever o duelo contra o Olympique de Marselha, a contar para a terceira jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões. A partida será disputada amanhã, no Estádio José Alvalade, e promete ser um dos testes mais exigentes da temporada para os leões. Entre confiança, alguma irritação com críticas externas e uma análise ao adversário, o técnico deixou claro: no Sporting não existe má fase.



Marselha líder na França: motivação extra para o Sporting


O Marselha chega a Alvalade numa fase positiva, liderando a Ligue 1 e exibindo um futebol de posse, dinâmico e objetivo. Rui Borges reconheceu a qualidade do adversário, mas recusa qualquer complex inferior:


“Tem de nos motivar. Se queremos estar nesta competição, queremos defrontar os melhores nas melhores fases”, afirmou o treinador, sublinhando o respeito pela equipa francesa e por Roberto De Zerbi, mas garantindo que o Sporting está preparado para se adaptar ao estilo de jogo do adversário.



“Mau momento? Estamos em segundo lugar” — Rui Borges rejeita ideia de crise


Perante as críticas e vozes que apontam para uma eventual quebra de rendimento, Rui Borges respondeu de forma direta e segura:


“Ainda não entendi bem isso da má fase. Estamos em segundo, a três pontos do primeiro. Para mim, má fase não existe.”


Com esta declaração, o treinador procura proteger o grupo de trabalho e afastar qualquer ideia de instabilidade. Na sua perspetiva, as derrotas recentes com Benfica e FC Porto foram explicadas pela dinâmica dos jogos e fazem parte de um processo natural de crescimento.



Mudanças no onze? Estratégia acima da gestão física


Questionado sobre possíveis alterações na equipa titular, Rui Borges foi claro ao afirmar que as decisões não passam pela gestão física, mas sim pela estratégia do jogo. O treinador não revelou nomes, mas deixou entender que o onze poderá sofrer ajustes táticos para anular a posse de bola e a variabilidade ofensiva do Marselha.


“As escolhas têm que ver com a estratégia do jogo. A malta vai acabar por estar muito mais ligada.”



Adeptos mantêm apoio e ambiente em Alvalade pode ser decisivo


Apesar das críticas externas, Rui Borges destacou o carinho dos adeptos e a importância de jogar em casa, especialmente na Liga dos Campeões. Para o técnico, Alvalade pode ser um fator decisivo:


“Temos os nossos adeptos, aquela forcinha extra. Nestes jogos não há favoritos.”


O treinador acredita que, com o apoio das bancadas, o Sporting tem condições para discutir o jogo de igual para igual e procurar a vitória.



Relação com o plantel e gestão de esforços após prolongamento


Rui Borges garantiu que o grupo está unido e motivado, rejeitando qualquer tensão interna. Sobre o prolongamento frente ao Paços de Ferreira para a Taça de Portugal, o treinador assumiu que poderá haver desgaste, mas minimizou o impacto:


“Espero que não seja problema. Estes jogos abrem outro tipo de motivação. Vamos perceber qual será o impacto ao longo do jogo.”


Jogadores como Hjulmand foram elogiados, sendo considerados líderes dentro do plantel, embora nem sempre estejam no auge físico.



Marselha de De Zerbi não é uma cópia do FC Porto de Farioli


Uma das questões mais curiosas da conferência foi a comparação entre o estilo de De Zerbi e o FC Porto de Farioli, mas Rui Borges rejeitou paralelismos diretos:


“São diferentes. O Marselha tem mais variabilidade e posse. O De Zerbi é uma inspiração, mas será um jogo totalmente diferente.”


Com esta análise, o treinador deixa claro que o Sporting terá de mudar comportamentos táticos, sem replicar estratégias utilizadas frente aos rivais nacionais.



Análise tática: como o Sporting pode travar o Marselha


Do ponto de vista estratégico, o Sporting terá de:

Controlar a posse de bola do Marselha, especialmente no meio-campo, onde os franceses constroem com paciência e inteligência.

Pressionar alto nos momentos certos, para forçar erros na saída curta, característica das equipas de De Zerbi.

Fechar os corredores laterais, onde o Marselha ganha superioridade com laterais ofensivos e extremos interiores.

Explorar transições rápidas, aproveitando a velocidade de jogadores como Pedro Gonçalves, Gyokeres ou Trincão.



Opinião: momento exige equilíbrio emocional e coragem tática


Apesar de não ser um período brilhante, é injusto falar em crise. A equipa mantém identidade, ocupando o segundo lugar no campeonato e competente nas provas internas. O desafio está em transformar competitividade em eficácia nos momentos decisivos, algo que faltou nos jogos contra Benfica e Porto.


A conferência de Rui Borges revelou um treinador seguro, consciente das críticas, mas convicto do caminho. Este tom confiante, sem arrogância, é crucial para manter o grupo focado.



Credibilidade do projeto e fome europeia em jogo


Mais do que três pontos, o encontro com o Marselha representa:

Um teste à mentalidade europeia do Sporting

Uma oportunidade de reafirmar o projeto de Rui Borges

Um momento para reconquistar total confiança dos adeptos


Se o Sporting vencer, ganha moral, continuidade no grupo e controla o seu destino na Champions. Se perder, aumentam as dúvidas, mas não será o fim do caminho.



Conclusão: Alvalade espera uma noite europeia intensa


O Sporting entra em campo com ambição, consciência das dificuldades e apoio de um estádio que promete estar cheio. Rui Borges não fala em crise, mas sim em crescimento, aprendizagem e competitividade.


Sporting x Marselha tem tudo para ser um dos jogos mais marcantes da temporada: emoção, tática, pressão e uma oportunidade de provar que os leões continuam a rugir na Europa.

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