O FC Porto voltou a tropeçar na fase de grupos da FIBA Europe Cup, sofrendo uma derrota inesperada frente aos estonianos do Tartu Ulikool, por 71-90. A derrota caseira coloca em xeque as hipóteses de apuramento dos dragões e elimina quase por completo a oportunidade de subir ao segundo lugar do grupo B, embora matematicamente tudo continue em aberto.
Um Início Equilibrado Mas Sem Controle
O primeiro quarto da partida apresentou um FC Porto competitivo, que marcou os primeiros pontos e chegou a empatar 11-11. Contudo, os visitantes começaram a impor o ritmo e fecharam o período em vantagem. O Tartu Ulikool entrou no segundo quarto com uma liderança de seis pontos (21-15), mostrando organização defensiva e uma eficácia ofensiva que os dragões não conseguiram contrariar.
Apesar de não estar ainda derrotado, o FC Porto começou a sentir dificuldades em travar o jogo rápido dos estonianos, que aproveitaram transições e erros de passes da equipa da casa para abrir vantagem.
Intervalo Mostra Vantagem Estoniana
Ao intervalo, a situação era preocupante para os dragões: 33-46. Uma desvantagem de 13 pontos em casa não é irreversível, mas exige disciplina tática, intensidade defensiva e soluções ofensivas consistentes — três pontos que o FC Porto mostrou não conseguir executar de forma eficaz. O treinador portista procurou reajustar o sistema, mas os problemas persistiam: lançamentos precipitados, turnovers e pouca presença no garrafão foram decisivos.
Reação Parcial no Terceiro Período
O regresso dos balneários trouxe esperança aos adeptos portistas. O FC Porto conseguiu encurtar a diferença para apenas três pontos, terminando o terceiro quarto em 62-68. Houve momentos de bom basquetebol, especialmente na circulação de bola e nos lançamentos de média distância. No entanto, a consistência defensiva continuava a falhar e a equipa não conseguiu capitalizar completamente a reação.
Último Quarto: Colapso Total
O quarto período revelou-se fatal para o FC Porto. Depois de reduzir para 71-75, os dragões não voltaram a marcar, enquanto o Tartu Ulikool aproveitou cada oportunidade, somando 15 pontos consecutivos e alargando a vantagem para 19 pontos. O colapso ofensivo e a incapacidade de travar o adversário transformaram o que poderia ter sido um jogo equilibrado numa derrota pesada. Para os estonianos, esta vitória foi decisiva, garantindo sobrevivência na competição e mostrando resiliência impressionante.
Consequências para o FC Porto
Com esta derrota, o FC Porto caiu para o terceiro lugar do grupo B, empatado em pontos com o segundo e com o quarto lugar, ocupado pelo próprio Tartu Ulikool. A equipa portista vê-se agora numa situação delicada, precisando de vencer o último jogo da fase de grupos frente aos líderes do grupo, os alemães do Rostock. Uma vitória será obrigatória, mas mesmo nesse cenário, a classificação depende de outros resultados.
Este resultado também levanta questões sobre a consistência da equipa em competições europeias e a capacidade de reagir sob pressão. A derrota caseira revela fragilidades defensivas e uma falta de soluções ofensivas quando pressionados — problemas que não podem ser ignorados se o objetivo de avançar na FIBA Europe Cup ainda estiver em mente.
Impacto na Moral e Próximos Desafios
O FC Porto enfrenta um clássico com o Benfica em Lisboa no próximo sábado, um duelo que poderá servir para testar a resiliência da equipa antes do encontro decisivo com o Rostock. A moral da equipa será fundamental: um resultado negativo pode comprometer não apenas o apuramento, mas também a confiança para o restante da temporada.
A análise tática indica que o FC Porto precisa de:
• Melhorar a defesa coletiva, especialmente na transição e nos bloqueios simples.
• Reduzir turnovers, que têm sido explorados pelos adversários.
• Variar o ataque, sem depender apenas de arremessos de longa distância ou soluções individuais.
• Gestão emocional, evitando colapsos nos minutos finais, como aconteceu no último quarto.
Conclusão: Alerta Vermelho no Dragão Caixa
O jogo frente ao Tartu Ulikool não pode ser encarado apenas como um tropeço isolado. A derrota evidencia falhas estruturais que o FC Porto terá de corrigir rapidamente se não quiser ser eliminado prematuramente da FIBA Europe Cup. A equipa ainda tem margem para recuperação, mas o caminho será estreito, exigindo foco máximo, disciplina tática e mentalidade vencedora nos próximos desafios.
Com a temporada em pleno andamento e competições domésticas e europeias exigindo rendimento elevado, a gestão de recursos humanos e estratégicos será decisiva. Para os dragões, este é um momento de reflexão: continuar a depender da sorte ou tomar ações firmes e corretivas para garantir a presença nos playoffs europeus.
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