Dupla polaca transforma defesa do FC Porto numa muralha impenetrável

 


As saídas de Otávio Ataíde e Tiago Djaló no último mercado de transferências de verão, aliadas à reforma do espanhol Iván Marcano, deixaram o FC Porto com um vazio preocupante no eixo defensivo. Sem opções sólidas no centro da defesa, os dragões foram obrigados a agir rapidamente no mercado. E a resposta da direção azul e branca não podia ter sido mais certeira: Jan Bednarek e Jakub Kiwior chegaram para formar uma das duplas mais consistentes do futebol português.



Revolução defensiva: como Bednarek e Kiwior mudaram o jogo


Quando o FC Porto anunciou as contratações de Jan Bednarek (ex-Southampton) e Jakub Kiwior (cedido pelo Arsenal), muitos adeptos ficaram curiosos sobre como dois jogadores polacos, ainda sem grande histórico na I Liga, iriam adaptar-se ao exigente contexto portista. A resposta veio rapidamente em campo.


Desde que passaram a alinhar lado a lado no onze de Francesco Farioli, os números falam por si: zero golos sofridos com ambos em campo. Em cinco jogos consecutivos, a defesa portista manteve a baliza inviolada, reforçando a ideia de que o FC Porto encontrou finalmente a estabilidade que tanto procurava após um verão turbulento.



Estatísticas que impressionam e sustentam a confiança


As vitórias frente ao Nacional (1-0), Rio Ave (0-4), Salzburgo (0-1), Arouca (0-4) e o empate sem golos no Clássico com o Benfica, comprovam a solidez defensiva. Em 450 minutos oficiais com a dupla Bednarek-Kiwior em campo, nenhum adversário conseguiu marcar.


Além dos números, há uma clara evolução no estilo defensivo:

Bednarek destaca-se pelo posicionamento tático, liderança e jogo aéreo.

Kiwior, mais técnico e rápido, compensa eventuais espaços com cortes precisos e uma excelente leitura de jogo.


Esta complementaridade criou uma sinergia rara, tornando o eixo central do FC Porto num verdadeiro muro polaco.



O teste supremo: Clássico contra o Benfica


O maior desafio da dupla surgiu no Clássico frente ao Benfica, uma equipa que, na época anterior, tinha marcado oito golos aos portistas em apenas duas partidas. O encontro, disputado num Estádio da Luz em ebulição, era o teste definitivo à consistência da nova defesa.


E a resposta foi categórica: zero golos sofridos. O Benfica, conhecido pelo seu ataque demolidor, foi anulado taticamente. Bednarek e Kiwior dominaram o duelo físico, bloquearam cruzamentos e mantiveram Diogo Costa praticamente sem trabalho.

O empate sem golos valeu mais do que um ponto — foi a confirmação de que o FC Porto possui uma das melhores defesas da Liga Portuguesa nesta temporada.



Comparação com a época anterior: um contraste gritante


Em 2023/24, o FC Porto sofria, em média, 1,2 golos por jogo. Erros individuais, falhas de marcação e ausência de liderança clara afetaram o rendimento defensivo.

Agora, com Bednarek e Kiwior, essa média caiu drasticamente. Até ao momento, os dragões sofreram apenas dois golos em toda a temporada — e nenhum com a dupla polaca em simultâneo.


Estes dados demonstram uma transformação profunda:

Menor vulnerabilidade em bolas paradas;

Melhor coordenação entre centrais e laterais;

Maior confiança do guarda-redes Diogo Costa na sua linha defensiva.



Análise tática: o segredo do sucesso


O treinador Francesco Farioli merece créditos pela forma como montou a sua linha defensiva. A aposta num bloco médio-alto, com centrais confortáveis na saída de bola, tem permitido ao FC Porto recuperar rapidamente a posse e reduzir espaços entre linhas.


Kiwior, pela sua capacidade técnica, tem sido crucial na primeira fase de construção, funcionando quase como um médio recuado. Já Bednarek atua como o líder vocal, orientando a linha e cobrindo os espaços quando o colega avança.

Essa dinâmica garante equilíbrio e fluidez, algo que faltava nas últimas épocas.



A importância psicológica da nova muralha


Mais do que números, a dupla polaca trouxe confiança. O FC Porto transmite agora uma sensação de segurança que contagia toda a equipa. Os médios podem pressionar mais alto, sabendo que têm cobertura atrás. Os laterais, como João Mário e Wendell, ganham liberdade para atacar, sabendo que a retaguarda está sólida.


Este equilíbrio psicológico é fundamental numa equipa que luta por títulos nacionais e uma boa campanha europeia. A consistência defensiva é muitas vezes o alicerce de campeonatos vitoriosos — e o Porto parece ter reencontrado essa base.



Os dois únicos golos sofridos: exceções que confirmam a regra


Até agora, apenas duas equipas conseguiram marcar ao FC Porto:

O Sporting, com um auto-golo de Nehuén Pérez no Clássico da quarta jornada (1-2);

O Estrela Vermelha, que aproveitou uma rotação no onze para reduzir a desvantagem na Liga Europa.


Curiosamente, nenhum destes golos ocorreu com Bednarek e Kiwior em simultâneo, reforçando o impacto direto da dupla titular.



Opinião: o regresso da identidade portista


Historicamente, o FC Porto sempre se distinguiu por ter defesas sólidas e centrais de elite: Ricardo Carvalho, Bruno Alves, Pepe, entre outros. A chegada dos polacos resgata essa tradição.

O clube voltou a ser temido pela consistência defensiva, um fator essencial para o estilo pragmático que sempre caracterizou os dragões.


Se mantiverem este rendimento, Bednarek e Kiwior não só consolidarão as suas posições no onze titular, como poderão ser decisivos nas ambições do clube nas competições europeias.


Conclusão: um FC Porto blindado rumo ao sucesso


O FC Porto encontrou na dupla Bednarek-Kiwior a base sólida para construir uma época de sucesso. A segurança defensiva devolveu tranquilidade à equipa, permitiu um futebol mais ofensivo e transformou a defesa numa verdadeira fortaleza.


Com apenas dois golos sofridos e uma série de cinco jogos sem conceder, os dragões apresentam credenciais para lutar pelo título nacional e sonhar com voos mais altos na Liga Europa.

A muralha polaca é, sem dúvida, a nova arma secreta de Farioli.

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