FC Porto avança com queixa à FPF contra Pavlidis após clássico: Villas-Boas critica VAR e fala em “agressão grave”

 


O presidente do FC Porto, André Villas-Boas, marcou presença na cerimónia dos Portugal Football Globes e, à margem do evento, falou com a comunicação social sobre o clássico frente ao Benfica, realizado no passado domingo, 5 de outubro, no Estádio do Dragão. O dirigente portista revelou que o clube irá avançar com uma queixa formal junto da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) contra o avançado benfiquista Vangelis Pavlidis, devido a um lance polémico envolvendo o médio Gabri Veiga.



Polémica no Clássico: Villas-Boas denuncia agressão e exige intervenção da FPF


O empate sem golos entre FC Porto e Benfica, a contar para a oitava jornada da Liga Portugal Betclic, deixou muito por discutir, não apenas dentro das quatro linhas, mas também fora delas. André Villas-Boas não poupou nas palavras ao classificar de “grave” a ação de Pavlidis sobre Gabri Veiga, considerando-a uma agressão passível de punição.


“Acho mais grave a agressão do Pavlidis do que propriamente o penálti sobre o Deniz Gul. O penálti é um lance que tem que ser ajuizado. Na minha opinião, o VAR falha em toda a linha, porque tem que chamar o árbitro para analisar de novo o lance”, afirmou o presidente dos dragões.


Segundo Villas-Boas, o vídeoárbitro falhou duplamente: primeiro, ao não sugerir a revisão do lance que poderia resultar em grande penalidade a favor do FC Porto; e depois, ao não intervir numa suposta agressão clara que, segundo o líder azul e branco, poderia ter causado “danos sérios” ao jogador portista.



FC Porto vai formalizar queixa à FPF


O presidente do FC Porto garantiu que o clube vai formalizar uma queixa junto da Federação Portuguesa de Futebol, solicitando que o caso seja analisado pelos órgãos disciplinares.


“O FC Porto irá proceder com uma queixa sobre essa agressão, porque é violenta e poderia ter criado muitos mais danos ao nosso atleta. O VAR, imediatamente, devia ter intervido sobre esse caso”, sublinhou Villas-Boas, visivelmente insatisfeito com a arbitragem.


A posição do dirigente reflete uma linha de exigência que tem caracterizado o seu mandato desde o início. André Villas-Boas tem insistido na necessidade de “mais transparência” e “critérios uniformes” no uso do VAR, uma ferramenta que, no seu entender, “continua a ser mal utilizada” em jogos de grande pressão.



Análise: Arbitragem volta a estar no centro das atenções


Mais uma vez, o clássico português entre FC Porto e Benfica ficou marcado por decisões contestadas. Apesar de o jogo ter terminado 0-0, o debate sobre a arbitragem continua a dominar o pós-jogo. A ausência de golos acabou por ser ofuscada por lances duvidosos e pela falta de intervenção do VAR em momentos cruciais.


A suposta agressão de Pavlidis a Gabri Veiga não foi sancionada durante o jogo, e nem revista pelo VAR, o que levantou dúvidas sobre o critério utilizado. Esta situação reacende a discussão sobre a eficácia do vídeoárbitro em Portugal e a consistência das suas decisões.


Enquanto alguns especialistas defendem que o lance merecia apenas advertência, outros consideram que poderia justificar expulsão direta, o que alteraria por completo o rumo do jogo.



Villas-Boas mantém discurso firme e desafia a FPF


Desde que assumiu a presidência do FC Porto, André Villas-Boas tem adotado uma postura crítica, mas firme, perante os órgãos do futebol português. A queixa contra Pavlidis representa mais um episódio dessa relação tensa entre o clube e a FPF.


O líder portista já tinha, em ocasiões anteriores, denunciado aquilo que considera ser uma “falta de equidade” no tratamento dado às equipas nos clássicos, e agora volta a colocar pressão sobre as instâncias disciplinares.


“Não podemos aceitar que lances desta gravidade passem impunes. O VAR está lá para corrigir erros, não para os agravar pela omissão”, reforçou.



Repercussões e impacto na Liga Portugal Betclic


O empate no Dragão manteve o FC Porto no topo da classificação, com quatro pontos de vantagem sobre o Benfica, mas a polémica promete ter ecos nas próximas semanas. Caso a queixa seja aceite, a FPF poderá analisar as imagens e, eventualmente, aplicar sanções disciplinares retroativas a Pavlidis.


No entanto, o processo deverá demorar, e as decisões raramente têm efeitos imediatos. Ainda assim, o gesto do FC Porto mostra que o clube está disposto a usar todos os mecanismos legais para defender os seus jogadores e exigir justiça desportiva.


Para o Benfica, este episódio representa mais uma distração num início de temporada já marcado por alguma instabilidade e críticas ao desempenho da equipa.



Opinião: VAR precisa de maior responsabilização


O caso Pavlidis-Gabri Veiga é apenas mais um exemplo de como o VAR, em vez de eliminar polémicas, tem contribuído para aumentar a frustração de clubes e adeptos. A ausência de critérios claros e a falta de comunicação transparente com o público geram um sentimento de injustiça recorrente.


O futebol português continua a debater-se com um problema estrutural: a falta de confiança nas arbitragens. E quando clubes de topo, como o FC Porto, sentem que são prejudicados em jogos decisivos, o impacto no prestígio da competição é inevitável.


É urgente que a FPF e o Conselho de Arbitragem invistam em formação, clareza nas decisões e responsabilização dos intervenientes. Sem isso, o VAR continuará a ser visto como um instrumento falível e sujeito a interpretações duvidosas.



Conclusão: FC Porto exige justiça e lança alerta à arbitragem


A decisão de André Villas-Boas de avançar com uma queixa à FPF é um sinal claro de que o FC Porto não pretende deixar passar em branco o que considera uma agressão grave. Mais do que um protesto isolado, este gesto representa um pedido de coerência e rigor na aplicação das regras.


O clássico do passado domingo ficará para a história não apenas pelo equilíbrio em campo, mas também pelas controvérsias fora dele. A atuação do VAR volta a ser questionada, e o futebol português, mais uma vez, é chamado a refletir sobre como garantir que a tecnologia sirva a verdade desportiva.


Enquanto se aguardam desenvolvimentos, uma coisa é certa: André Villas-Boas reafirma a voz ativa do FC Porto na defesa dos seus princípios e da integridade da competição.

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