FC Porto regressa ao trabalho com apenas quatro jogadores: Farioli gere ausências e prepara duelo com o Celoricense

 


Depois de um empate sem golos (0-0) no Clássico frente ao Benfica, Francesco Farioli decidiu dar um período de descanso à sua equipa. Cinco dias de folga que serviram para aliviar a carga física e mental de um plantel que tem enfrentado uma sequência exigente de jogos. No entanto, o regresso aos treinos do FC Porto, este sábado, teve um cenário incomum: apenas quatro jogadores disponíveis no relvado do Olival.



Plantel reduzido no regresso ao Olival


No primeiro treino após o período de descanso, Farioli contou apenas com João Teixeira, Tiago Silva, Ángel Alarcón e Antoni Nikolov, este último proveniente dos sub-19. O italiano, conhecido pelo seu rigor tático e atenção aos detalhes, aproveitou a sessão para trabalhar aspetos individuais e de posicionamento, num ambiente mais leve e personalizado.


A ausência massiva de jogadores não surpreende, tendo em conta o calendário internacional. O FC Porto viu partir praticamente toda a sua espinha dorsal para compromissos com as respetivas seleções nacionais, uma situação que complica qualquer tentativa de planeamento coletivo nesta fase.



Lesões agravam o cenário no Dragão


Além das chamadas internacionais, Nehuén Pérez e Luuk de Jong continuam a recuperar de lesões, o que restringe ainda mais as opções disponíveis para Farioli. O técnico tem sido prudente na gestão das cargas de treino, ciente de que uma pausa mal gerida pode traduzir-se em regressos apressados e recaídas físicas.


O argentino Pérez continua a cumprir um plano específico de reabilitação, enquanto De Jong ainda se encontra em fase de tratamento, com o departamento médico a manter alguma reserva quanto ao tempo estimado de recuperação. Estas baixas assumem peso especial, considerando o papel de liderança e experiência que ambos desempenham dentro de campo.



Internacionais em ação pelo mundo


O FC Porto tornou-se, como habitual, uma verdadeira seleção mundial durante a pausa internacional. São onze jogadores ao serviço dos respetivos países, espalhados por três continentes. Entre eles:

Diogo Costa (Portugal) – guarda-redes titular da Seleção Nacional, deverá somar minutos nos jogos de apuramento.

Jan Bednarek e Jakub Kiwior (Polónia) – dupla defensiva de confiança, indispensável nas eliminatórias europeias.

Dominik Prpic (Croácia sub-21) – jovem promessa em ascensão no futebol croata.

Zaidu (Nigéria) – presença habitual nas “Super Eagles”.

Tomás Pérez (Argentina sub-20) – aposta de futuro albiceleste.

Stephen Eustáquio (Canadá) – peça-chave no meio-campo canadiano.

Pablo Rosario (República Dominicana) – o primeiro a regressar ao Olival após o compromisso internacional.

Victor Froholdt (Dinamarca) – regular nas convocatórias nórdicas.

Martim Fernandes e Rodrigo Mora (Portugal sub-21) – jovens portistas em destaque na formação lusa.

Samu Aghehowa (Espanha) e Deniz Gul (Turquia) – novos talentos em fase de integração nas respetivas seleções.


O único que regressa já nos próximos dias é Pablo Rosario, devendo ser o primeiro a juntar-se novamente ao grupo. O médio regressará a tempo de participar na preparação do encontro frente ao Celoricense, a contar para a Taça de Portugal.



Treinos com foco individual e tático


Sem grande parte do plantel, Farioli optou por trabalhar aspetos técnicos e táticos específicos com os quatro jogadores disponíveis. O foco principal foi a circulação de bola e a reação à perda da posse — princípios fundamentais do modelo de jogo do treinador italiano, que privilegia intensidade e organização.


Fontes próximas ao clube indicam que o treinador pretende aproveitar esta fase para reforçar o entendimento dos processos internos e preparar melhor o regresso dos internacionais. Assim, quando o grupo estiver completo, o FC Porto poderá entrar num novo ciclo competitivo com maior solidez e coerência tática.



Farioli mantém o discurso calmo e confiante


Apesar das limitações, Francesco Farioli transmite serenidade e confiança. O empate frente ao Benfica, embora não tenha trazido os três pontos desejados, foi encarado como um sinal positivo do progresso da equipa em termos defensivos. O FC Porto mostrou coesão, disciplina tática e capacidade de resistir à pressão de um adversário em bom momento.


Nos bastidores, o técnico tem reiterado a importância de “crescer jogo a jogo” e de consolidar uma identidade de equipa que una juventude e experiência. A aposta em jovens como Tiago Silva e João Teixeira demonstra essa visão de futuro: criar um núcleo forte e preparado para sustentar o projeto a médio prazo.



Análise: uma pausa que pode beneficiar o FC Porto


Do ponto de vista analítico, esta pausa pode revelar-se benéfica para o FC Porto. Com um calendário cada vez mais exigente, o descanso concedido por Farioli surge no momento certo. Os jogadores titulares terão tempo para recuperar fisicamente e mentalmente, enquanto o técnico pode ajustar a estratégia e avaliar o rendimento dos elementos menos utilizados.


A presença de jovens como Antoni Nikolov (sub-19) nos treinos principais também indica uma integração gradual da nova geração, algo que poderá render frutos no futuro próximo. Essa política de valorização interna reforça o ADN portista de formação e competitividade.



Próximo desafio: Celoricense no horizonte


O regresso à competição está marcado para sábado, 18 de outubro, às 18h, frente ao Celoricense, em partida da Taça de Portugal. À primeira vista, um adversário acessível, mas Farioli não quer surpresas. O treinador sabe que os jogos da Taça escondem sempre armadilhas e que a rotação de jogadores pode gerar desequilíbrios momentâneos.


A expectativa é que o técnico utilize uma mistura de titulares e jovens promessas, oferecendo minutos a quem tem jogado menos e testando soluções alternativas.



Opinião: gestão inteligente de Farioli


A decisão de conceder folga após o Clássico demonstra uma maturidade de gestão humana e desportiva. Farioli percebeu que o grupo precisava de um respiro. Com um plantel jovem, emocionalmente exigido e sujeito a críticas constantes, esta pausa foi essencial para restaurar o equilíbrio interno.


O desafio agora passa por reativar o ritmo competitivo e preparar uma sequência que incluirá jogos da Taça, Campeonato e competições europeias. O técnico italiano parece determinado em consolidar um FC Porto mais equilibrado, capaz de competir em várias frentes sem comprometer o estilo de jogo.



Conclusão: pausa curta, desafios longos


Em suma, o FC Porto regressou aos treinos com um grupo reduzido, mas com uma estratégia clara. Francesco Farioli aproveita este período para trabalhar detalhes, recuperar lesionados e fortalecer a base tática da equipa. O próximo encontro frente ao Celoricense será mais do que um simples jogo da Taça: será um teste à profundidade do plantel e à capacidade de gestão do treinador.


Se o FC Porto conseguir transformar esta pausa numa oportunidade de crescimento, os dragões poderão regressar mais fortes, unidos e preparados para encarar os desafios que se avizinham.

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