O treinador José Mourinho está a preparar-se para agir no mercado de transferências de inverno. O técnico português, que assumiu recentemente o comando do Benfica, tem manifestado preocupação com a condição física e a profundidade do plantel, após um início de época extremamente exigente para as águias.
Segundo informações apuradas, Mourinho considera que a atual composição da equipa não é suficiente para suportar o elevado número de jogos e o desgaste acumulado nas primeiras semanas da temporada 2025/26. Com um calendário sobrecarregado e várias competições em curso, o treinador acredita que o plantel precisa de reforços pontuais e estratégicos para manter o nível competitivo.
Arranque intenso deixa marcas
O Benfica iniciou a época a 31 de julho com a Supertaça Cândido de Oliveira, um encontro que marcou o começo de uma série de compromissos de grande exigência. Desde então, o clube da Luz já disputou 15 partidas oficiais, incluindo seis encontros nas fases de qualificação e grupos da Liga dos Campeões, oito jogos da Liga Portugal Betclic e o já tradicional clássico frente ao FC Porto.
Este arranque precoce deve-se, em parte, à participação do Benfica no Mundial de Clubes, competição que encurtou significativamente o período de férias e preparação do plantel. Muitos jogadores regressaram desgastados e sem tempo suficiente para recuperar a forma física ideal, o que tem contribuído para um rendimento irregular e para um aumento no número de lesões.
Mourinho alerta para sinais de fadiga
José Mourinho não esconde a sua frustração com o estado físico da equipa. Em várias conferências de imprensa, o técnico referiu que os jogadores demonstram sinais claros de cansaço e que a falta de opções em algumas posições tem obrigado a uma gestão complicada das cargas de treino e de jogo.
“Temos enfrentado um calendário muito duro e, com tantas competições, é natural que o desgaste se faça sentir. Precisamos de soluções que nos permitam rodar a equipa sem perder qualidade”, terá afirmado Mourinho, segundo fontes próximas do clube.
A situação é agravada pelas lesões de alguns elementos importantes. Bruma, Bah e Manu Silva estão afastados devido a problemas físicos prolongados, reduzindo as opções disponíveis nas alas e no setor defensivo. A ausência destes jogadores obriga o treinador a adaptar o sistema tático e a recorrer com frequência aos mesmos atletas, o que aumenta ainda mais o risco de novas lesões.
Mercado de janeiro sob análise
Face ao cenário atual, Mourinho já trabalha em conjunto com a direção encarnada para definir as prioridades no mercado de janeiro. O objetivo é claro: reforçar o plantel com jogadores que acrescentem qualidade imediata e ofereçam alternativas fiáveis em posições chave.
Entre os setores que o treinador pretende fortalecer, destacam-se a defesa, o meio-campo e o ataque. Mourinho procura, sobretudo, atletas versáteis, capazes de atuar em mais do que uma posição e de se adaptar rapidamente ao estilo de jogo da equipa.
Além de reforços para equilibrar o plantel, o técnico português quer também encontrar um jogador criativo e desequilibrador para o ataque, capaz de trazer imprevisibilidade e capacidade de decisão nos momentos cruciais. Este perfil tem sido uma das principais lacunas apontadas pelo treinador desde a sua chegada.
Calendário sobrecarregado e ambições elevadas
O Benfica enfrenta uma temporada longa e ambiciosa, com objetivos definidos em várias frentes: conquistar o título nacional, garantir um percurso sólido na Liga dos Campeões e lutar pelas taças internas. Para Mourinho, alcançar essas metas exige um plantel equilibrado e competitivo, algo que ainda não está totalmente assegurado.
“Não podemos competir ao mais alto nível com um grupo reduzido de opções. Precisamos de jogadores prontos para entrar e fazer a diferença. Janeiro será um momento importante para ajustarmos o que for necessário”, referiu o treinador, num discurso que revela a sua visão estratégica para o futuro próximo.
Impacto das ausências e necessidade de rotação
As ausências prolongadas de Bruma e Bah deixaram o Benfica sem profundidade nas alas, obrigando Mourinho a recorrer frequentemente aos mesmos titulares. Já a lesão de Manu Silva limitou as alternativas no meio-campo, um setor essencial no equilíbrio tático do treinador.
A sobrecarga de jogos e a falta de rotação têm levado a equipa a apresentar quebras de intensidade nos minutos finais das partidas. Em alguns jogos, como no clássico frente ao FC Porto, a equipa mostrou dificuldade em manter a concentração e a frescura física até ao apito final, o que já custou pontos importantes.
Direção apoia plano de reforços
A administração liderada por Rui Costa está consciente das dificuldades enfrentadas pelo treinador e deverá apoiar a estratégia delineada para o mercado de inverno. O presidente das águias reconhece que o plantel, embora de qualidade, ficou curto após as saídas registadas no verão e as lesões imprevistas que afetaram peças fundamentais.
Segundo fontes próximas da direção, já decorrem contactos preliminares com potenciais alvos, com o intuito de assegurar contratações cirúrgicas e financeiramente equilibradas. Mourinho terá voz ativa nas decisões, numa tentativa de garantir que os reforços correspondam exatamente ao perfil pretendido.
Gestão até janeiro será crucial
Até à reabertura do mercado, Mourinho terá de gerir cuidadosamente o grupo, equilibrando a necessidade de resultados com a preservação física dos jogadores. O treinador deverá continuar a apostar na rotação e a dar oportunidades a jovens da formação, enquanto aguarda por novos reforços.
O mês de outubro promete ser particularmente desafiante, com compromissos decisivos na Liga dos Campeões e no campeonato nacional. A forma como o Benfica atravessar este período poderá determinar a urgência e o tipo de investimento a realizar no inverno.
Conclusão
Com um arranque de temporada marcado por exigência extrema, calendário apertado e várias baixas por lesão, José Mourinho enfrenta o primeiro grande teste como treinador do Benfica. Determinado a manter a equipa competitiva em todas as frentes, o técnico português já definiu a prioridade: reforçar o plantel em janeiro para colmatar lacunas e garantir que as águias continuam a voar alto até ao final da época.
O mercado de inverno poderá, assim, representar um ponto de viragem na campanha encarnada, permitindo a Mourinho construir o plantel à sua imagem e atacar os objetivos com maior confiança e estabilidade.
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