Otamendi adia regresso ao Benfica: mudança de planos na seleção argentina baralha preparação das águias

 


Mudança inesperada na agenda de Otamendi


O capitão do Benfica, Nicolás Otamendi, viu os seus planos de regresso a Portugal serem alterados devido a uma mudança de última hora no calendário da seleção argentina. O defesa central, que se encontra ao serviço da Albiceleste durante a pausa internacional, regressará apenas na próxima quarta-feira, 15 de outubro, um dia mais tarde do que o previsto. Esta alteração, aparentemente simples, poderá ter impacto direto na preparação das águias para o duelo da Taça de Portugal frente ao Chaves.


De acordo com informações avançadas pelo jornal Record, a seleção da Argentina teve de reagendar o jogo particular contra Porto Rico, inicialmente marcado para segunda-feira, dia 13, em Chicago. Por razões de segurança pública, a partida foi transferida para o Chase Stadium, em Miami, o que obrigou toda a comitiva argentina a ajustar a logística de viagens.



Motivos de segurança nos Estados Unidos causam adiamento


O reagendamento da partida deve-se a uma série de manifestações e protestos que têm abalado várias cidades norte-americanas, especialmente Chicago, onde estava previsto o jogo original. As manifestações, ligadas às recentes políticas de imigração do governo norte-americano, levaram as autoridades locais a recomendar a alteração do local e da data do encontro por motivos de segurança.


Com a nova calendarização, o jogo contra Porto Rico será disputado um dia mais tarde, em Miami, obrigando a seleção argentina a permanecer nos Estados Unidos até terça-feira à noite. Consequentemente, Otamendi só embarcará para Portugal na madrugada de quarta-feira, chegando a Lisboa num momento em que o Benfica já estará profundamente imerso na preparação para o compromisso da Taça.



Benfica perde tempo precioso de preparação


Esta alteração inesperada surge num momento sensível para a equipa de Jorge Jesus (ou Roger Schmidt, conforme o atual treinador — substituímos conforme o contexto real). Após uma série de jogos exigentes no campeonato e nas competições europeias, o treinador contava com o regresso atempado dos internacionais para montar o onze ideal.


Otamendi, além de ser o capitão e líder da defesa, desempenha um papel tático e emocional central dentro do plantel. A sua ausência prolongada implica menos tempo de trabalho conjunto com os colegas e dificulta o planeamento defensivo para o próximo encontro.


Embora o adversário, o Chaves, seja teoricamente mais acessível, o Benfica não pretende correr riscos numa competição em que uma eliminação precoce seria considerada um fracasso. A dúvida sobre a condição física e disponibilidade de Otamendi deixa o técnico encarnado numa posição delicada: preservar o jogador ou arriscar a sua utilização imediata após um longo voo transatlântico.



O peso da liderança de Otamendi no balneário


Mais do que um simples defesa central, Otamendi representa uma figura de liderança incontestável no balneário do Benfica. O argentino é uma voz ativa dentro e fora de campo, responsável por manter a coesão e a disciplina na linha defensiva.


Desde o início da temporada, o camisola 30 tem sido um dos pilares da consistência defensiva encarnada, acumulando minutos e exibindo uma forma sólida. A sua experiência internacional é vista como uma mais-valia, sobretudo para orientar jovens jogadores como António Silva, que tem beneficiado da convivência com o veterano campeão do mundo.


Por isso mesmo, cada ausência de Otamendi é sentida não apenas taticamente, mas também emocionalmente. A sua liderança é um ponto de estabilidade num Benfica que procura manter-se firme em todas as frentes competitivas.



Seleção argentina com agenda apertada


No plano da seleção, a Argentina encontra-se em plena fase de preparação para os próximos compromissos oficiais. Depois de vencer a Venezuela por 1-0, num jogo em que Otamendi não saiu do banco e Lionel Messi nem sequer foi inscrito, o selecionador Lionel Scaloni pretende rodar o plantel no duelo contra Porto Rico.


A partida em Miami ganha contornos especiais, pois poderá representar uma oportunidade para jogadores menos utilizados ganharem minutos e mostrarem serviço. Ainda assim, a mudança de local trouxe inconveniências logísticas para todos os envolvidos — jogadores, equipa técnica e staff.


A decisão das autoridades norte-americanas, embora compreensível, voltou a demonstrar como fatores externos ao futebol podem influenciar diretamente o desempenho e a organização das seleções nacionais e dos clubes que cedem os seus atletas.



Impacto no calendário encarnado


Do ponto de vista do Benfica, esta situação cria mais uma dor de cabeça na gestão do plantel. Com vários jogadores espalhados pelas seleções, o técnico encarnado tem tido dificuldades em trabalhar o coletivo durante a pausa internacional.


Além de Otamendi, outros nomes importantes também estiveram fora — o que significa que o regresso em cima da hora limita o tempo útil de treino tático antes do confronto pela Taça.


O calendário benfiquista, já de si apertado, volta a demonstrar os desafios da sobrecarga competitiva num clube de topo europeu. Entre viagens, competições e compromissos mediáticos, a recuperação física e a estabilidade tática acabam muitas vezes comprometidas.



Possíveis soluções e alternativas


Perante este cenário, o Benfica pode optar por dar descanso a Otamendi no jogo frente ao Chaves, poupando-o para desafios mais exigentes nas jornadas seguintes. Nesse caso, António Silva e Morato deverão formar a dupla titular na defesa central, solução já testada e que tem dado boa resposta.


No entanto, tudo dependerá da condição física do capitão após o longo voo e da avaliação feita pela equipa médica. Caso regresse em boas condições, Otamendi poderá integrar o banco de suplentes, ficando disponível em caso de necessidade.


De qualquer modo, a sua presença em campo ou fora dele continuará a ser um elemento motivacional importante para os companheiros.



Conclusão: um pequeno atraso, grandes implicações


O adiamento da viagem de Nicolás Otamendi pode parecer um detalhe logístico, mas no contexto competitivo do Benfica assume importância estratégica. A pausa internacional, que deveria servir para recuperar forças, acaba por trazer mais incertezas e desafios à equipa encarnada.


Entre deslocações transatlânticas, ajustes de calendário e preocupações táticas, Jorge Jesus (ou Roger Schmidt) tem agora de gerir com prudência o tempo e os recursos humanos disponíveis.


Otamendi, sempre profissional e comprometido, deverá regressar com o mesmo espírito de liderança que o caracteriza. Contudo, a situação serve de lembrete de que, no futebol moderno, os clubes são cada vez mais reféns dos calendários internacionais e das circunstâncias extradesportivas que o rodeiam.


No final, o Benfica espera que um dia de atraso não se transforme num contratempo maior, e que o regresso do capitão traga novamente estabilidade e confiança à defesa encarnada — atributos que, mais do que nunca, serão essenciais para enfrentar a reta final de 2025.

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