Rui Costa, atual presidente do Sport Lisboa e Benfica, confirmou oficialmente a sua recandidatura nas eleições marcadas para o próximo dia 25 de outubro. Depois de meses de especulação, o líder encarnado decidiu avançar para um novo mandato e, numa entrevista exclusiva ao jornal A Bola, explicou as razões que o motivaram a continuar à frente do clube, revelando também uma das principais metas financeiras para os próximos quatro anos: reduzir significativamente o passivo do Benfica.
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Rui Costa confirma recandidatura: “Do Benfica não se desiste”
O dirigente começou por deixar clara a motivação que sustenta a sua decisão:
“Essencialmente, porque do Benfica não se desiste. Tenho usado isto como lema, não só da campanha, mas da minha própria vida. Não desisto do Benfica, sei aquilo que fiz nestes quatro anos, de bem e de mal, e entendo que tenho todas as condições para continuar à frente do clube.”
A afirmação de Rui Costa traduz uma mensagem de resiliência e continuidade, destacando o trabalho realizado desde que assumiu o cargo após a saída de Luís Filipe Vieira. O presidente sublinha que o projeto encarnado está ainda em curso e que acredita ser a pessoa certa para consolidar o caminho iniciado.
Com o motto “Do Benfica não se desiste”, Rui Costa procura reforçar a ligação emocional com os sócios, recordando que o cargo de presidente exige compromisso, visão e perseverança, sobretudo num período de grandes exigências desportivas e financeiras.
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Um mandato focado na estabilidade e crescimento sustentável
Durante a entrevista, Rui Costa enfatizou que a sua estratégia não se limita apenas ao desempenho desportivo, mas também abrange uma gestão financeira responsável. Segundo o líder encarnado, o planeamento estrutural do Benfica foi desenhado com base em dois pilares fundamentais: competitividade desportiva e solidez económica.
“Tudo foi pensado, estruturado e a pensar na área desportiva do Benfica. Assim como as obras do estádio, que também tiveram de ser pagas. O último exercício representa a inversão deste circuito. O aumento de receita vai fazer com que esse passivo seja diminuído rapidamente.”
A prioridade de Rui Costa é inverter o ciclo de endividamento, apostando num crescimento sustentado das receitas que permita ao clube reduzir o passivo sem comprometer o investimento nas equipas de futebol e nas modalidades.
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Redução do passivo: uma promessa aos sócios
Um dos pontos mais marcantes da entrevista foi a promessa clara e objetiva: se for eleito, Rui Costa compromete-se a deixar o passivo do clube inferior ao atual ao final do novo mandato.
“É uma promessa que faço, ter um passivo inferior àquele que eu agarrei. Tudo isto não é um descalabro. O que temos apontado é uma diminuição na ordem dos 100 milhões de euros.”
Com esta meta, o dirigente encarnado procura tranquilizar os adeptos e sócios quanto à saúde financeira do clube, respondendo a críticas que têm surgido em torno das contas e dos investimentos recentes. Rui Costa defende que a redução da dívida não será feita à custa de cortes drásticos, mas sim através do reforço das receitas.
“Quando se fala nas contas do Benfica fala-se muito da diminuição dos custos, mas nós apontamos muito para o aumento de receita. Foi aquilo que fizemos no ano passado e aquilo que vamos continuar a fazer no futuro.”
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Estratégia financeira: aumento de receitas como prioridade
O presidente destaca que o caminho para a estabilidade financeira passa pela valorização de ativos, pela melhoria da performance desportiva, e pela expansão das receitas comerciais. A presença regular na Liga dos Campeões, a formação de talentos e as vendas estratégicas de jogadores continuarão a ser peças centrais da gestão.
Além disso, Rui Costa lembra que o Benfica tem apostado em obras estruturais, nomeadamente no Estádio da Luz e no Seixal, que visam modernizar infraestruturas e garantir que o clube se mantém competitivo a longo prazo.
O dirigente quer também potenciar as receitas de marketing e merchandising, aproximando o clube dos adeptos e aumentando a visibilidade internacional da marca Benfica.
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Balanço do atual mandato: conquistas e desafios
Nos últimos quatro anos, o Benfica viveu um período de transição institucional e desportiva. Rui Costa assumiu a liderança num momento delicado, marcado por instabilidade diretiva, mas conseguiu devolver ao clube alguma estabilidade e conquistas importantes.
Entre os destaques estão:
• Reconquista do campeonato nacional;
• Apostas em jovens talentos como António Silva e João Neves;
• Reorganização da estrutura técnica com a entrada de novos treinadores;
• Gestão rigorosa das finanças num contexto económico desafiante.
Ainda assim, Rui Costa reconhece que há margem para melhorias, nomeadamente na regularidade desportiva e na comunicação com os adeptos. O dirigente promete um mandato mais ambicioso, focado em consolidar resultados e preparar o futuro do clube.
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Eleições de 25 de outubro: clima de confiança no universo encarnado
Com as eleições a aproximarem-se, Rui Costa surge como figura favorita à reeleição, beneficiando da sua ligação histórica ao Benfica, tanto como jogador como dirigente. No entanto, o ambiente eleitoral promete ser competitivo, com a eventual entrada de outros candidatos que poderão desafiar as suas ideias e propostas.
A base de apoio entre os sócios parece sólida, especialmente entre aqueles que reconhecem o trabalho de estabilização realizado desde 2021. Ainda assim, a redução do passivo e a consistência desportiva serão fatores decisivos para garantir a confiança total dos benfiquistas.
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Análise: um mandato de continuidade e responsabilidade
A recandidatura de Rui Costa reflete uma visão de continuidade e responsabilidade. O presidente aposta num modelo de gestão equilibrado, que combina ambição com prudência.
A promessa de reduzir o passivo em 100 milhões de euros é um sinal de compromisso com a sustentabilidade financeira, mas exigirá disciplina e execução rigorosa das metas traçadas.
Mais do que slogans eleitorais, o desafio de Rui Costa será transformar as intenções em resultados concretos, reforçando a credibilidade da direção perante os sócios e adeptos.
Se conseguir aliar a performance desportiva à estabilidade financeira, o Benfica poderá entrar num novo ciclo de crescimento, preparado para enfrentar os desafios do futebol moderno.
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Conclusão: Rui Costa quer um Benfica mais forte e sustentável
Com a recandidatura oficialmente assumida, Rui Costa apresenta-se às eleições com uma mensagem clara de continuidade e ambição. A promessa de reduzir o passivo e aumentar as receitas demonstra um compromisso com a sustentabilidade financeira do clube, sem abdicar da exigência desportiva.
O próximo mandato poderá ser decisivo para consolidar o legado do dirigente, que procura unir o universo benfiquista em torno de um projeto comum: um Benfica forte, competitivo e financeiramente saudável.
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