O Diretor Técnico Nacional de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol, Duarte Gomes, analisou o polémico lance que marcou o encontro entre Benfica e Santa Clara, defendendo a expulsão de Paulo Victor após a entrada dura sobre Tomás Araújo. O central encarnado acabou mesmo por ter de ser substituído devido à gravidade do choque.
Na divulgação semanal dos áudios do VAR, Duarte Gomes explicou que a decisão do árbitro João Pinheiro foi correta:
“Entendo quem acha que não deveria ter havido cartão vermelho, porque o jogador estava focado na bola e não revelou intenção de agredir. Mas quando se disputa um lance, há a obrigação de ter cuidado. Neste caso isso não aconteceu e, pior ainda, a sola da bota foi diretamente contra o adversário”, afirmou.
O antigo árbitro destacou ainda a forma como a entrada se desenvolveu:
“Começa na cabeça, passa pela orelha, pelo peito e termina na coxa. Situações como esta pedem vermelho direto. Podem achar que o critério é duro, mas aqui pensamos na vítima e não no infrator. O futebol não é MMA nem deve permitir ações que causem sangue ou lesões graves.”
Duarte Gomes recordou outros lances semelhantes recentes, como a falta de Gonçalo Inácio no jogo com o Arouca ou a de Tiago Silva no Vitória – Porto, onde na sua opinião também deveria ter havido expulsão.
Sobre a atuação de João Pinheiro, o responsável sublinhou que o árbitro não viu o contacto inicial e pensou tratar-se apenas de um pé alto, deixando seguir a jogada. No entanto, após a intervenção do VAR e perante as imagens, corrigiu a decisão e mostrou o cartão vermelho.
“Não queremos este tipo de entradas no futebol. Colocam em causa a integridade física dos jogadores e têm de ser eliminadas do jogo. João Pinheiro, apesar de não ter visto no momento, acabou por tomar a decisão certa”, concluiu.
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